A entorse ou torsão de tornozelo é uma lesão bastante comum, em que um ou mais ligamentos do tornozelo são parcialmente ou completamente lesados.
O risco de uma entorse é maior durante atividades que envolvem movimentos explosivos, como tênis, basquete, vôlei e até corrida.
A entorse ocorre geralmente através de uma tensão excessiva nos ligamentos do tornozelo, causado por excesso de rotação externa, inversão ou eversão do pé atingido por uma força externa.
Quando o pé é deslocado após sua amplitude de movimento, o excesso de estresse coloca uma pressão sobre os ligamentos. Nessa situação, se a força for grande, o ligamento poderá ser rompido.
O tipo mais comum de entorse ocorre quando o pé é invertido demais, afetando o lado lateral do pé. Quando este tipo de entorse de tornozelo acontece, os ligamentos são alongados demais.
O ligamento talofibular anterior é um dos ligamentos mais envolvidos neste tipo de entorse.
Classificação
As entorses de tornozelo são classificadas em graus 1 a 3. Isso varia de acordo com o tamanho ou o número de ligamentos danificados. O entorse também é classificado de leve a grave.
Entorse de Grau 1
Dano leve a um ou mais ligamentos, sem comprometer a instabilidade da articulação afetada.
Entorse de Grau 2
Ruptura parcial de alguns ligamentos, em que eles são esticados ao ponto de ficarem soltos, causando alguma instabilidade.
Entorse de Grau 3
Ruptura completa dos ligamentos, causando instabilidade na articulação afetada e hematomas ao redor do tornozelo.
Diagnóstico
O diagnóstico de uma entorse baseia-se no histórico do paciente, incluindo os seus sintomas.
A avaliação mais precisa pode ser obtida com o auxílio de exame físico, raio-x e ressonância magnética.
A ressonância magnética pode ser indicada com o objetivo de investigar lesões associadas, como osteocondral, do impacto ântero-lateral e identificar lesões ligamentares crônicas.
Sintomas
Os sintomas iniciais da entorse de tornozelo são: dor, inchaço e hematoma, que podem afetar os dois lados da articulação, dependendo das estruturas acometidas.
A dor intensa ao toque e a impossibilidade de firmar o pé no chão ou de apoiar o peso depois de uma entorse, requer uma avaliação médica imediata e exames de raio-X.
Boa parte das lesões evoluem com resultados satisfatórios após tratamento conservador, porém, alguns pacientes referem dor residual e lesões associadas que impossibilitam suas atividades normais diárias.
Esses sintomas residuais e a dor crônica após a lesão ligamentar do tornozelo representam grandes dificuldades e um desafio para qualquer ortopedista.
Tratamento
O objetivo do tratamento da lesão ligamentar do tornozelo é o retorno às atividades diárias (esporte/trabalho), com remissão da dor*, inchaço e inexistência de instabilidade articular.
O tratamento inicial para todas as lesões consiste em repouso por três dias, aplicação local de gelo, elevação do membro afetado e proteção articular com imobilizador ou tala gessada. O uso de anti-inflamatórios não-hormonais costuma diminuir a dor e o edema, com melhora precoce da função articular.
Nas lesões leves, o tratamento é sintomático, com manutenção da imobilização até a melhora dos sintomas, que dura entre uma e duas semanas.
Já nas lesões completas, a proteção articular com imobilizadores semi-rígidos possibilita retorno mais rápido às atividades físicas e laborativas quando comparada à imobilização gessada, porém a ocorrência de edema, dor e instabilidade em longo prazo foi semelhante nos dois grupos.
O tratamento deve ser feito de forma individualizada, avaliando-se sempre de forma cuidadosa os prós e contra do tratamento escolhido.
Portanto, a preferência é dada ao tratamento conservador para as lesões agudas, com atenção a pacientes que possam permanecer sintomáticos, e tratamento cirúrgico para as lesões com instabilidade.
(*) Remissão da dor (Med.) – ato de remediar ou abrandar a dor.