Primeiramente, é necessário saber o que é o processo degenerativo do quadril.
Processo degenerativo é o processo fisiológico em que uma estrutura viva perde suas características iniciais.
No quadril, os processos degenerativos normalmente estão relacionados ao desgaste mecânico, lesões do osso subcondral ou enfermidades inflamatórias crônicas, que podem determinar diferentes graus de comprometimento da função articular ou sequelas de fraturas.
Quando as cartilagens articulares degeneram, perdem a propriedade de proporcionar movimentos articulares livres e indolores.
A dor pode se irradiar para as regiões da coluna lombar (parte inferior da coluna), coxas, joelhos e “canelas”. Caminhar sem algum apoio se torna difícil, aumentando a dependência do uso de bengalas.
A marcha claudicante, inicialmente por contratura antálgica involuntária, é uma manifestação própria do organismo na tentativa natural de diminuir a pressão e a dor sobre o quadril doente.
A limitação funcional pode ser causada pela dificuldade dos movimentos de extensão e rotações do quadril. A rigidez articular é a consequência final da gradual diminuição dos movimentos determinada pela dor e pela destruição das cartilagens.
A evolução natural do processo degenerativo é a piora gradual das condições do paciente. Os sintomas deixam de ser esporádicos e passam a ser constantes, resistentes aos anti-inflamatórios e analgésicos, chegando a comprometer o sono.
A dor e a limitação podem piorar e determinar o isolamento voluntário do paciente, com significativo comprometimento da qualidade de vida.
As causas mais frequentes de lesões degenerativas das cartilagens articulares do quadril são:
Prótese de Quadril (ou Artroplastia de Quadril) é a cirurgia que substitui a articulação coxofemoral por uma prótese. O termo artroplastia é mais correto, pois refere-se ao procedimento cirúrgico em si, para substituir a articulação.
A indicação clássica para este procedimento é a coxartrose (artrose do quadril). Quando o quadril sofre um processo degenerativo e torna-se doloroso e limitado. Assim, esta cirurgia pode ser indicada para restaurar o movimento e aliviar a dor, melhorando em geral a qualidade de vida do paciente.
Também são utilizadas as próteses de quadril no tratamento de fraturas do fêmur proximal (parte superior do fêmur, próxima ao quadril).
As Próteses são substitutos artificiais para regiões danificadas do corpo.
Basicamente, uma prótese total clássica de quadril constitui-se de um componente femoral, um componente acetabular (na bacia) e uma cabeça esférica; mas existem vários tipos diferentes de próteses em relação a tamanhos, modelos, conceitos, meios de fixação ao osso, superfícies de contato, etc.
Na prótese total de quadril clássica é feito um corte na altura do colo do fêmur e a cabeça femoral é retirada.
Procede-se à fresagem (raspagem) do acetábulo (bacia) para criar uma cavidade hemisférica. O acetábulo pode ser preso por pressão (press-fit) e parafusos ou cimentado.
É feita a abertura do canal do fêmur e a preparação para receber a haste femoral, que também pode ser presa por pressão ou cimentada.
Existe uma grande variedade de modelos e fabricantes de próteses. Eles diferem quanto à superfície de contato, meios de fixação ao osso e filosofia de tratamento:
Quanto à superfície de deslizamento (chamamos de par tribológico), as próteses podem ser classificadas em:
- Metal-polietileno;
- Cerâmica-polietileno;
- Cerâmica-cerâmica;
- Metal-metal.
Estas próteses se diferenciam pelo seu tamanho e filosofia de fixação e funcionamento, podemos dividi-las em algumas categorias:
- Prótese total de quadril (“clássica”);
- Prótese metafisária;
- Prótese de ressurfacing (recapeamento);
- Prótese tipo hemicap.
Conclusão: A melhor opção cirúrgica é definida caso-a-caso, de acordo com vários parâmetros. Costuma-se dizer também que os melhores resultados nesta cirurgia são dependentes de três fatores: prótese de boa qualidade, cirurgia executada da melhor maneira possível e paciente colaborativo.